
Ser treinador de futebol é uma coisa ingrata. Nem sempre há razões para sorrir e quase sempre há motivos para dormir mal. Além de inventar a estratégia, escolher os melhores, gerir as sensibilidades e lidar com a opinião pública, é preciso carácter. E quando não há resultados, a porca torce o rabo e o treinador, pobre sofredor sem gente solidária, sai pela porta lateral do estádio. É por isso que, na hora em que os emblemas estão na ribalta, é preciso notar a mestria de quem os conduz. Em Aljustrel, Chico Fernandes não fez do Mineiro o líder da 3ª divisão série F por um mero acaso. Há no currículo deste homem as provas suficientes que atestam competência e saber. Com o cheiro do balneário dentro da alma e o suor dos jogadores estendido nas próprias palavras, Chico Fernandes é sobretudo um "mestre do banco". E soma títulos distritais e subidas de divisão. Em Odemira e em Ferreira. Em Moura e em Sines. Em Beja ou em Aljustrel. Se há currículos que se enchem de queixumes, invejas e palavaras sem substância, o currículo de Chico Fernandes é exactamente o contrário: está cheio de provas dadas e competência.
AJB